domingo, 8 de abril de 2012

CONVIDAMOS VOCÊ PARA ADENTRAR NO MISTÉRIO DA RESSURREIÇÃO DE JESUS CRISTO ATRAVÉS DO CIC


C.96.5.9 RESSURREIÇÃO
C.96.5.9.1 Antigo Testamento promessas e ressurreição de Cristo
§652 A Ressurreição de Cristo é cumprimento das promessas do Antigo Testamento" e do próprio Jesus durante sua vida terrestre. A expressão "segundo as Escrituras" indica que a Ressurreição de Cristo realiza essas predições.
C.96.5.9.2 Aparições de Cristo
§641 Maria de Mágdala e as santas mulheres, que Vinham terminar de embalsamar o corpo de Jesus, sepultado às pressas, devido à chegada do Sábado, na tarde da Sexta-feira Santa, foram as primeiras a encontrar o Ressuscitado. Assim, as mulheres foram as primeiras mensageiras da Ressurreição de Cristo para os próprios apóstolos. Foi a eles que Jesus apareceu em seguida, primeiro a Pedro, depois aos Doze. Pedro, chamado a confirmar a fé de seus irmãos, vê portanto, o Ressuscitado antes deles, e é baseada no testemunho dele que a comunidade exclama: "E verdade! O Senhor ressuscitou e apareceu a Simão" (Lc 24,34).
§642 Tudo o que aconteceu nesses dias pascais convoca todos os apóstolos, de modo particular Pedro, para a construção da era nova que começou na manhã de Páscoa. Como testemunhas do Ressuscitado, são eles as pedras de fundação de sua Igreja. A fé da primeira comunidade dos crentes tem por fundamento o testemunho de homens concretos, conhecidos dos cristãos e, na maioria dos casos, vivendo ainda entre eles. Estas "testemunhas da Ressurreição de Cristo" são, antes de tudo, Pedro e os Doze, mas não somente eles: Paulo fala claramente de mais de quinhentas pessoas às quais Jesus apareceu de uma só vez, além de Tiago e de todos os apóstolos.
§643 Diante desses testemunhos é impossível interpretar a Ressurreição de Cristo fora da ordem física e não reconhecê-la como um fato histórico. Os fatos mostram que a fé dos discípulos foi submetida à prova radical da paixão e morte na cruz de seu Mestre, anunciada antecipadamente por Ele. O abalo provocado pela Paixão foi tão grande que os discípulos (pelo menos alguns deles) não creram de imediato na notícia da ressurreição. Longe de nos falar de uma comunidade tomada de exaltação mística, os Evangelhos nos apresentam discípulos abatidos, "com o rosto sombrio" (Lc 24,17) e assustados. Por isso não acreditaram nas santas mulheres que voltavam do sepulcro, e "as palavras delas pareceram-lhes desvario" (Lc 24,11). Quando Jesus se manifesta aos onze na tarde da Páscoa, "censura-lhes a incredulidade e a dureza de coração, porque não haviam dado crédito aos que tinham visto o Ressuscitado" (Mc 16,14).
§644 Mesmo confrontados com a realidade de Jesus ressuscitado, os discípulos ainda duvidam, a tal ponto que o fato lhes parece impossível: pensam estar vendo um espírito. "Por causa da alegria, não podiam acreditar ainda e permaneciam perplexos" (Lc 24,41). Tomé conhecerá a mesma provação da dúvida e quando da última aparição na Galiléia, contada por Mateus, "alguns, porém, duvidaram" (Mt 28,17). Por isso, a hipótese segundo a qual a ressurreição teria sido um "produto" da fé (ou da credulidade) dos apóstolos carece de consistência. Muito pelo contrário, a fé que tinham na Ressurreição nasceu - sob a ação da graça divina - da experiência direta da realidade de Jesus ressuscitado.
O ESTADO DA HUMANIDADE RESSUSCITADA DE CRISTO
§645 Jesus ressuscitado estabelece com seus discípulos relações diretas, em que estes o apalpam e com Ele comem. Convida-os, com isso, a reconhecer que Ele não é um espírito, mas sobretudo a constatar que o corpo ressuscitado com o qual Ele se apresenta a eles é o mesmo que foi martirizado e crucificado, pois ainda traz as marcas de sua Paixão. Contudo, este corpo autêntico e real possui, ao mesmo tempo, as propriedades novas de um corpo glorioso: não está mais situado no espaço e no tempo, mas pode tornar-se presente a seu modo, onde e quando quiser, pois sua humanidade não pode mais ficar presa à terra, mas já pertence exclusivamente ao domínio divino do Pai. Por esta razão também Jesus ressuscitado é soberanamente livre de aparecer como quiser: sob a aparência de um jardineiro ou "de outra forma" (Mc 16,12), diferente das que eram familiares aos discípulos, e isto precisamente para suscitar-lhes a fé.
C.96.5.9.3 Aspectos salvíficos da Ressurreição de Cristo
§654 Há um duplo aspecto no Mistério Pascal: por sua morte Jesus nos liberta do pecado, por sua Ressurreição Ele nos abre as portas de uma nova vida. Esta é primeiramente a justificação que nos restitui a graça de Deus, "a fim de que, como Cristo foi ressuscitado dentre os mortos pela glória do Pai, assim também nós vivamos vida nova" (Rm 6,4). Esta consiste na vitória sobre a morte do pecado e na nova participação na graça". Ela realiza a adoção filial, pois os homens se tornam irmãos de Cristo, como o próprio Jesus chama seus discípulos após a Ressurreição: "Ide anunciar a meus irmãos" (Mt 28,10). Irmãos não por natureza mas por dom da graça, visto que esta filiação adotiva proporciona uma participação real na vida do Filho Único, que se revelou plenamente em sua Ressurreição.
§655 Finalmente, a Ressurreição de Cristo - e o próprio Cristo ressuscitado - é princípio e fonte de nossa ressurreição futura: "Cristo ressuscitou dos mortos, primícias dos que adormeceram... assim como todos morrem em Adão, em Cristo todos receberão a vida" (1Cor 15,20-22). Na expectativa desta realização, Cristo ressuscitado vive no coração de seus fiéis. Nele, os cristãos "experimentaram... as forças do mundo que há de vir" (Hb 6,5) e sua vida é atraída por Cristo ao seio da vida divina" "a fim de que não vivam mais para si mesmos, mas para aquele que morreu e ressuscitou por eles" (2Cor 5,15).
§658 Cristo, "primogênito dentre os mortos" (Cl 1,18), é o princípio de nossa própria ressurreição, desde já pela justificação de nossa alma, mais tarde pela vivificação de nosso corpo".
C.96.5.9.4 Corpo de Cristo preservado da corrupção
§627 A Morte de Cristo foi uma Morte verdadeira enquanto pôs fim à sua existência humana terrestre. Mas, devido à união que a pessoa do Filho manteve com o seu corpo, não estamos diante de um cadáver como os outros, porque "não era possível que a morte o retivesse em seu poder" (At 2,24) e porque "a virtude divina preservou o corpo de Cristo da corrupção". Sobre Cristo pode-se dizer ao mesmo tempo: "Ele foi eliminado da terra dos vivos" (Is 53,8) e "Minha carne repousará na esperança, porque não abandonarás minha alma no Hades, nem permitirás que teu Santo veja a corrupção" (At 2,26-27). A Ressurreição de Jesus "no terceiro dia" (1 Cor 15,4; Lc 24,46) foi a prova disso, pois se pensava que a corrupção se manifestaria a partir do quarto dia.
C.96.5.9.5 Corporeidade de CRISTO ressuscitado
§645 Jesus ressuscitado estabelece com seus discípulos relações diretas, em que estes o apalpam e com Ele comem. Convida-os, com isso, a reconhecer que Ele não é um espírito, mas sobretudo a constatar que o corpo ressuscitado com o qual Ele se apresenta a eles é o mesmo que foi martirizado e crucificado, pois ainda traz as marcas de sua Paixão. Contudo, este corpo autêntico e real possui, ao mesmo tempo, as propriedades novas de um corpo glorioso: não está mais situado no espaço e no tempo, mas pode tornar-se presente a seu modo, onde e quando quiser, pois sua humanidade não pode mais ficar presa à terra, mas já pertence exclusivamente ao domínio divino do Pai. Por esta razão também Jesus ressuscitado é soberanamente livre de aparecer como quiser: sob a aparência de um jardineiro ou "de outra forma" (Mc 16,12), diferente das que eram familiares aos discípulos, e isto precisamente para suscitar-lhes a fé.
§646 A Ressurreição de Cristo não constituiu uma volta à vida terrestre, como foi o caso das ressurreições que Ele havia realizado antes da Páscoa: a filha de Jairo, o jovem de Naim e Lázaro. Tais fatos eram acontecimentos miraculosos, mas as pessoas contempladas pelos milagres voltavam simplesmente à vida terrestre "ordinária" pelo poder de Jesus. Em determinado momento, voltariam a morrer. A Ressurreição de Cristo é essencialmente diferente. Em seu corpo ressuscitado, Ele passa de um estado de morte para outra vida, para além do tempo e do espaço. Na Ressurreição, o corpo de Jesus é repleto do poder do Espírito Santo; participa da vida divina no estado de sua glória, de modo que Paulo pode chamar a Cristo de "o homem celeste".
C.96.5.9.6 Dia da ressurreição de Jesus
O DIA DO SENHOR
§1166 "Devido à tradição apostólica que tem origem no próprio dia da ressurreição de Cristo, a Igreja celebra o mistério pascal a cada oitavo dia, no dia chamado com razão o dia do Senhor ou domingo. " O dia da ressurreição de Cristo é ao mesmo tempo "o primeiro dia da semana", memorial do primeiro dia da criação, e o "oitavo dia", em que Cristo, depois de seu "repouso" do grande sábado, inaugura o dia "que O Senhor fez", o "dia que não conhece ocaso". A "Ceia do Senhor" é seu centro, pois é aqui que toda a comunidade dos fiéis se encontra com o Senhor ressuscitado, que Os convida a seu banquete:
O dia do Senhor, o dia da ressurreição, o dia dos cristãos, é o nosso dia. E por isso que ele se chama dia do Senhor: pois foi nesse dia que o Senhor subiu vitorioso para junto do Pai. Se os pagãos o denominam dia do sol, também nós o confessamos de bom grado: pois hoje levantou-se a luz do mundo, hoje apareceu o sol de justiça cujos raios trazem a salvação.
§1167 O domingo é o dia por excelência da assembléia litúrgica, em que os fiéis se reúnem "para, ouvindo a Palavra de Deus e participando da Eucaristia, lembrarem-se da paixão, ressurreição e glória do Senhor Jesus, e darem graças a Deus que os 'regenerou para a viva esperança, pela ressurreição de Jesus Cristo de entre os mortos"
Quando meditamos, ó Cristo, as maravilhas que foram operadas neste dia de domingo de vossa santa ressurreição, dizemos: Bendito é o dia do domingo, pois foi nele que se deu o começo da criação (...) a salvação do mundo (...) a renovação do gênero humano.(...) E nele que o céu e a terra rejubilaram e que o universo inteiro foi repleto de luz. Bendito é o dia do domingo, pois nele foram abertas as portas do paraíso para que Adão e todos os banidos entrem nele sem medo.
§2191 A Igreja celebra o dia da Ressurreição de Cristo no oitavo dia, que é corretamente chamado dia do Senhor, ou domingo.
C.96.5.9.7 Dia da ressurreição de Jesus nova ressurreição
§2174 Jesus ressuscitou dentre os mortos "no primeiro dia da semana" (Mc 16,2). Enquanto "primeiro dia", o dia da Ressurreição de Cristo lembra a primeira criação. Enquanto "oitavo dia", que segue ao sábado, significa a nova criação inaugurada com a Ressurreição de Cristo. Para os cristãos, ele se tomou o primeiro de todos os dias, a primeira de todas as festas, o dia do Senhor ("Hé kyriaké hemera", "dies dominica "), o "domingo":
Reunimo-nos todos no dia do sol, porque é o primeiro dia (após sábado dos judeus, mas também o primeiro dia) em que Deus extraindo a matéria das trevas, criou o mundo e, nesse mesmo dia Jesus Cristo, nosso Salvador, ressuscitou dentre os mortos.
C.96.5.9.8 Eucaristia memorial da morte e ressurreição de Jesus
§1163 "A santa mãe Igreja julga seu dever celebrar com piedosa recordação, em certos dias fixos no decurso do ano, a obra salvífica de seu divino esposo. Em cada semana, no dia que ela passou a chamar 'dia do Senhor', recorda a ressurreição do Senhor, celebrando-a uma vez por ano, juntamente com sua sagrada paixão, na solenidade máxima da Páscoa. E desdobra todo o mistério de Cristo durante o ciclo do ano (...) Recordando assim os mistérios da Redenção, franqueia aos fiéis as riquezas das virtudes e dos méritos de seu Senhor, de maneira a torná-los como que presentes o tempo todo, para que os fiéis entrem em contato com eles e sejam repletos da graça da salvação."
§1166 "Devido à tradição apostólica que tem origem no próprio dia da ressurreição de Cristo, a Igreja celebra o mistério pascal a cada oitavo dia, no dia chamado com razão o dia do Senhor ou domingo. " O dia da ressurreição de Cristo é ao mesmo tempo "o primeiro dia da semana", memorial do primeiro dia da criação, e o "oitavo dia", em que Cristo, depois de seu "repouso" do grande sábado, inaugura o dia "que O Senhor fez", o "dia que não conhece ocaso". A "Ceia do Senhor" é seu centro, pois é aqui que toda a comunidade dos fiéis se encontra com o Senhor ressuscitado, que Os convida a seu banquete:
O dia do Senhor, o dia da ressurreição, o dia dos cristãos, é o nosso dia. E por isso que ele se chama dia do Senhor: pois foi nesse dia que o Senhor subiu vitorioso para junto do Pai. Se os pagãos o denominam dia do sol, também nós o confessamos de bom grado: pois hoje levantou-se a luz do mundo, hoje apareceu o sol de justiça cujos raios trazem a salvação.
§1167 O domingo é o dia por excelência da assembléia litúrgica, em que os fiéis se reúnem "para, ouvindo a Palavra de Deus e participando da Eucaristia, lembrarem-se da paixão, ressurreição e glória do Senhor Jesus, e darem graças a Deus que os 'regenerou para a viva esperança, pela ressurreição de Jesus Cristo de entre os mortos"
Quando meditamos, ó Cristo, as maravilhas que foram operadas neste dia de domingo de vossa santa ressurreição, dizemos: Bendito é o dia do domingo, pois foi nele que se deu o começo da criação (...) a salvação do mundo (...) a renovação do gênero humano.(...) E nele que o céu e a terra rejubilaram e que o universo inteiro foi repleto de luz. Bendito é o dia do domingo, pois nele foram abertas as portas do paraíso para que Adão e todos os banidos entrem nele sem medo.
§1337 Tendo amado os seus, o Senhor amou-os até o fim. Sabendo que chegara a hora de partir deste mundo para voltar a seu Pai, no decurso de uma refeição lavou-lhes os pés e deu-lhes o mandamento do amor. Para deixar-lhes uma garantia deste amor, para nunca afastar-se dos seus e para fazê-los participantes de sua Páscoa, instituiu a Eucaristia como memória de sua morte e de sua ressurreição, e ordenou a seus apóstolos que a celebrassem até a sua volta, "constituindo-os então sacerdotes do Novo Testamento".
C.96.5.9.9 Ressurreição de Cristo diferente das outras ressurreições
§646 A Ressurreição de Cristo não constituiu uma volta à vida terrestre, como foi o caso das ressurreições que Ele havia realizado antes da Páscoa: a filha de Jairo, o jovem de Naim e Lázaro. Tais fatos eram acontecimentos miraculosos, mas as pessoas contempladas pelos milagres voltavam simplesmente à vida terrestre "ordinária" pelo poder de Jesus. Em determinado momento, voltariam a morrer. A Ressurreição de Cristo é essencialmente diferente. Em seu corpo ressuscitado, Ele passa de um estado de morte para outra vida, para além do tempo e do espaço. Na Ressurreição, o corpo de Jesus é repleto do poder do Espírito Santo; participa da vida divina no estado de sua glória, de modo que Paulo pode chamar a Cristo de "o homem celeste".
C.96.5.9.10 Ressurreição de Cristo e ressurreição homem
§992 A ressurreição dos mortos foi revelada progressivamente por Deus a seu povo. A esperança na ressurreição c corporal dos mortos foi-se impondo corno uma conseqüência intrínseca da fé em um Deus criador do homem inteiro, alma e corpo. O criador do céu e da terra é também aquele que mantém fielmente sua aliança com Abraão e sua descendência. E nesta dupla perspectiva que começará a exprimir-se a fé na reação. Nas provações, os mártires Macabeus confessam:
O Rei do mundo nos fará ressurgir para uma vida eterna, a nós que morremos por suas leis (2Mc 7,9). É desejável passar para a outra vida pelas mãos dos homens, tendo da parte de Deus as esperanças de ser um dia ressuscitado por Ele (2Mc 7,14).
§993 Os fariseus e muitos outros contemporâneos do Senhor esperavam a ressurreição. Jesus a ensina com firmeza. Aos saduceus que a negam, ele responde: "Não é por isto que errais, desconhecendo tanto as Escrituras como o poder de Deus?" (Mc 12,24). A fé na ressurreição baseia-se na fé em Deus, que "que não é um Deus dos mortos, mas dos vivos" (Mc 12, 27).
§994 Mais ainda: Jesus liga a fé na ressurreição à sua própria pessoa: "Eu sou a ressurreição e a vida" (Jo 11,25). É Jesus mesmo quem, no último dia, há de ressuscitar os que nele tiveram crido e que tiverem comido seu corpo e bebido seu sangue. Desde já, Ele fornece um sinal e um penhor disto, restituindo a vida a certos mortos, anunciando com isso sua própria ressurreição, que no entanto será de outra ordem. Deste acontecimento único Ele fala como do "sinal de Jonas", do sinal do templo: anuncia sua ressurreição, que ocorrerá no terceiro dia depois de ser entregue à morte.
§995 Ser testemunha de Cristo é ser "testemunha de sua ressurreição" (At 1,22), "ter comido e bebido com Ele após sua ressurreição dentre os mortos" (At 10,41). A esperança cristã na ressurreição está toda marcada pelos encontros com Cristo ressuscitado. Ressuscitaremos como Ele, com Ele, por Ele.
§996 Desde o início, a fé cristã na ressurreição deparou com incompreensões e oposições. "Em nenhum ponto a fé cristã depara com mais contradição do que em torno da ressurreição da carne." Aceita-se muito comumente que depois da morte a vida da pessoa humana prossiga de um modo espiritual. Mas como crer que este corpo tão manifestamente mortal possa ressuscitar para a vida eterna?
DE QUE MANEIRA OS MORTOS RESSUSCITAM?
§997 Que é "ressuscitar"? Na morte, que é separação da alma e do corpo, o corpo do homem cai na corrupção, ao passo que sua alma vai ao encontro de Deus, ficando à espera de ser novamente unida a seu corpo glorificado. Deus, em sua onipotência, restituirá definitivamente a vida incorruptível a nossos corpos, unindo-os às nossas almas, pela virtude da Ressurreição de Jesus.
§998 Quem ressuscitará ? Todos os homens que morreram: "Os que tiverem feito o bem (sairão) para uma ressurreição de vida; os que tiverem praticado o mal, para uma ressurreição de julgamento" (Jo 5,29).
§999 De que maneira? Cristo ressuscitou com seu próprio corpo: "Vede as minhas mãos e os meus pés: sou eu!" (Lc 24,39). Mas ele não voltou a uma vida terrestre. Da mesma forma, nele" ressuscitarão com seu próprio corpo, que têm agora"; porém, este corpo será "transfigurado em corpo de g1ória", em "corpo espiritual" (1Cor 15, 44):
Mas, dirá alguém, como ressuscitam os mortos? Com que corpo voltam? Insensato! O que semeias não readquire vida a não ser que morra. E o que semeias não é o corpo da futura planta que deve nascer, mas um simples grão de trigo ou de qualquer outra espécie (...) Semeado corruptível, o corpo ressuscita incorruptível (...) os mortos ressurgirão incorruptíveis. (...) Com efeito, é necessário que este ser corruptível revista a incorruptibilidade e que este ser mortal revista a imortalidade (1Cor 15,35-37.42.52-53).
§1000 Este "corno" ultrapassa nossa imaginação e nosso entendimento, sendo acessível só na fé. Nossa participação na Eucaristia, no entanto, já nos dá um antegozo da transfiguração de nosso corpo por Cristo:
Assim como o pão que vem da terra, depois de ter recebido a invocação de Deus, não é mais pão comum, mas Eucaristia, Constituída por duas realidades, uma terrestre e a outra celeste, da mesma forma os nossos corpos que participam da Eucaristia não são mais corruptíveis, pois têm a esperança da ressurreição.
§1001 Quando? Definitivamente "no último dia" (Jo 6,39-40.44-54); "no fim do mundo". Com efeito, a ressurreição dos mortos está intimamente associada à Parusia de Cristo:
Quando o Senhor, ao sinal dado, à voz do arcanjo e ao som da trombeta divina, descer do céu, então os mortos em Cristo ressuscitarão primeiro (1Ts 4,16).
RESSUSCITADOS EM CRISTO
§1002 Se é verdade que Cristo nos ressuscitará "no último dia", também que, de certo modo, já ressuscitamos com Cristo. Pois, graças ao Espírito Santo, a vida cristã é, já agora na terra, uma participação na morte e na ressurreição de Cristo:
Fostes sepultados com Ele no Batismo, também com Ele ressuscitastes, pela fé no poder de Deus, que o ressuscitou dos mortos. (...) Se, pois, ressuscitastes com Cristo, procurai as coisas do alto, onde Cristo está sentado à direita de Deus (Cl 2,12;3,1).
§1003 Unidos a Cristo pelo Batismo, os crentes já participam realmente na vida celeste de Cristo ressuscitado, mas esta vida permanece "escondida com Cristo em Deus" (Cl 3,3). "Com ele nos ressuscitou e fez-nos sentar nos céus, em Cristo Jesus" (Ef 2,6). Nutridos com seu Corpo na Eucaristia, já pertencemos ao Corpo de Cristo. Quando ressuscitarmos, no último dia, nós também seremos "manifestados com Ele cheios de glória" (Cl 3,3).
§1004 Enquanto aguardam esse dia, o corpo e a alma do crente participam desde já da dignidade de ser "de Cristo"; daí a exigência do respeito para com seu próprio corpo, mas também para com o de outrem, particularmente quando este sofre:
O corpo é para o Senhor, e o Senhor é para o corpo. Ora, Deus, que ressuscitou o Senhor, ressuscitará também a nós por seu poder. Não sabeis que vossos corpos são membros de Cristo? (...) Não pertenceis a vós mesmos. (...) Glorificai, portanto, a Deus em vosso corpo (1Cor 6,5.19-20).
C.96.5.9.11 Ressurreição de Cristo por causa justificação do homem
§519 Toda a riqueza de Cristo "é destinada a cada homem e constitui o bem de cada um". Cristo não viveu sua vida para si mesmo, mas para nós, desde sua Encarnação "por nossos homens, e por nossa salvação" até sua Morte "por nossos pecados" (1Cor 15,3) e sua Ressurreição "para nossa justificação" (Rm 4,25). Ainda agora, Ele é "nosso advogado junto do Pai" (1Jo 2,1), "estando sempre vivo para interceder a nosso favor" (Hb 7,25). Com tudo o que viveu e sofreu por nós vez por todas, Ele permanece presente para sempre "diante face de Deus a nosso favor" (Hb 9,24).
C.96.5.9.12 Ressurreição acontecimento real historicamente manifestado
§639 O mistério da Ressurreição de Cristo é um acontecimento real que teve manifestações historicamente constatadas, como atesta o Novo Testamento. Já São Paulo escrevia aos Coríntios pelo ano de 56: "Eu vos transmiti... o que eu mesmo recebi: Cristo morreu por nossos pecados, segundo as Escrituras. Foi sepultado, ressuscitou ao terceiro dia, segundo as Escrituras. Apareceu a Cefas, e depois aos Doze" (1Cor 15,3-4). O apóstolo fala aqui da viva tradição da Ressurreição, que ficou conhecendo após sua conversão às portas de Damasco.
§643 Diante desses testemunhos é impossível interpretar a Ressurreição de Cristo fora da ordem física e não reconhecê-la como um fato histórico. Os fatos mostram que a fé dos discípulos foi submetida à prova radical da paixão e morte na cruz de seu Mestre, anunciada antecipadamente por Ele. O abalo provocado pela Paixão foi tão grande que os discípulos (pelo menos alguns deles) não creram de imediato na notícia da ressurreição. Longe de nos falar de uma comunidade tomada de exaltação mística, os Evangelhos nos apresentam discípulos abatidos, "com o rosto sombrio" (Lc 24,17) e assustados. Por isso não acreditaram nas santas mulheres que voltavam do sepulcro, e "as palavras delas pareceram-lhes desvario" (Lc 24,11). Quando Jesus se manifesta aos onze na tarde da Páscoa, "censura-lhes a incredulidade e a dureza de coração, porque não haviam dado crédito aos que tinham visto o Ressuscitado" (Mc 16,14).
§644 Mesmo confrontados com a realidade de Jesus ressuscitado, os discípulos ainda duvidam, a tal ponto que o fato lhes parece impossível: pensam estar vendo um espírito. "Por causa da alegria, não podiam acreditar ainda e permaneciam perplexos" (Lc 24,41). Tomé conhecerá a mesma provação da dúvida e quando da última aparição na Galiléia, contada por Mateus, "alguns, porém, duvidaram" (Mt 28,17). Por isso, a hipótese segundo a qual a ressurreição teria sido um "produto" da fé (ou da credulidade) dos apóstolos carece de consistência. Muito pelo contrário, a fé que tinham na Ressurreição nasceu - sob a ação da graça divina - da experiência direta da realidade de Jesus ressuscitado.
O ESTADO DA HUMANIDADE RESSUSCITADA DE CRISTO
§645 Jesus ressuscitado estabelece com seus discípulos relações diretas, em que estes o apalpam e com Ele comem. Convida-os, com isso, a reconhecer que Ele não é um espírito, mas sobretudo a constatar que o corpo ressuscitado com o qual Ele se apresenta a eles é o mesmo que foi martirizado e crucificado, pois ainda traz as marcas de sua Paixão. Contudo, este corpo autêntico e real possui, ao mesmo tempo, as propriedades novas de um corpo glorioso: não está mais situado no espaço e no tempo, mas pode tornar-se presente a seu modo, onde e quando quiser, pois sua humanidade não pode mais ficar presa à terra, mas já pertence exclusivamente ao domínio divino do Pai. Por esta razão também Jesus ressuscitado é soberanamente livre de aparecer como quiser: sob a aparência de um jardineiro ou "de outra forma" (Mc 16,12), diferente das que eram familiares aos discípulos, e isto precisamente para suscitar-lhes a fé.
§656 A fé na Ressurreição tem por objeto um acontecimento ao mesmo tempo historicamente atestado pelos discípulos que encontraram verdadeiramente o Ressuscitado e misteriosamente transcendente, enquanto entrada da humanidade de Cristo na glória de Deus.
C.96.5.9.13 Ressurreição acontecimento transcendental
§645 Jesus ressuscitado estabelece com seus discípulos relações diretas, em que estes o apalpam e com Ele comem. Convida-os, com isso, a reconhecer que Ele não é um espírito, mas sobretudo a constatar que o corpo ressuscitado com o qual Ele se apresenta a eles é o mesmo que foi martirizado e crucificado, pois ainda traz as marcas de sua Paixão. Contudo, este corpo autêntico e real possui, ao mesmo tempo, as propriedades novas de um corpo glorioso: não está mais situado no espaço e no tempo, mas pode tornar-se presente a seu modo, onde e quando quiser, pois sua humanidade não pode mais ficar presa à terra, mas já pertence exclusivamente ao domínio divino do Pai. Por esta razão também Jesus ressuscitado é soberanamente livre de aparecer como quiser: sob a aparência de um jardineiro ou "de outra forma" (Mc 16,12), diferente das que eram familiares aos discípulos, e isto precisamente para suscitar-lhes a fé.
§646 A Ressurreição de Cristo não constituiu uma volta à vida terrestre, como foi o caso das ressurreições que Ele havia realizado antes da Páscoa: a filha de Jairo, o jovem de Naim e Lázaro. Tais fatos eram acontecimentos miraculosos, mas as pessoas contempladas pelos milagres voltavam simplesmente à vida terrestre "ordinária" pelo poder de Jesus. Em determinado momento, voltariam a morrer. A Ressurreição de Cristo é essencialmente diferente. Em seu corpo ressuscitado, Ele passa de um estado de morte para outra vida, para além do tempo e do espaço. Na Ressurreição, o corpo de Jesus é repleto do poder do Espírito Santo; participa da vida divina no estado de sua glória, de modo que Paulo pode chamar a Cristo de "o homem celeste".
A RESSURREIÇÃO COMO ACONTECIMENTO TRANSCENDENTE
§647 "Só tu, noite feliz "canta o Exsultet da Páscoa – "soubeste a hora em que Cristo da morte ressurgia." Com efeito ninguém foi testemunha ocular do próprio acontecimento da Ressurreição, e nenhum Evangelista o descreve. Ninguém foi capaz de dizer como ela se produziu fisicamente. Muito menos sua essência mais íntima, sua passagem a outra vida, foi perceptível aos sentidos. Como evento histórico constatável pelo sinal do sepulcro vazio e pela realidade dos encontros dos apóstolos com Cristo ressuscitado, a Ressurreição nem por isso deixa de estar no cerne do mistério da fé, no que ela transcende e supera a história. E por isso que Cristo ressuscitado não se manifesta ao mundo mas a seus discípulos, "aos que haviam subido com ele da Galiléia para Jerusalém, os quais são agora suas testemunhas diante do povo" (At 13,31).
II. A Ressurreição - obra da Santíssima Trindade
§648 A Ressurreição de Cristo é objeto de fé enquanto intervenção transcendente do próprio Deus na criação e na história. Nela, as três Pessoas Divinas agem ao mesmo tempo, juntas, e manifestam sua originalidade própria. Ela aconteceu pelo poder do Pai que "ressuscitou" (At 2,24) Cristo, seu Filho, e desta forma introduziu de modo perfeito sua humanidade - com seu corpo - na Trindade. Jesus é definitivamente revelado "Filho de Deus com poder por sua Ressurreição dos mortos segundo o Espírito de santidade" (Rm 1,4). São Paulo insiste na manifestação do poder de Deus pela obra do Espírito que vivificou a humanidade morta de Jesus e a chamou ao estado glorioso de Senhor.
§656 A fé na Ressurreição tem por objeto um acontecimento ao mesmo tempo historicamente atestado pelos discípulos que encontraram verdadeiramente o Ressuscitado e misteriosamente transcendente, enquanto entrada da humanidade de Cristo na glória de Deus.
C.96.5.9.14 Ressurreição obra da Santíssima Trindade
§648 A Ressurreição de Cristo é objeto de fé enquanto intervenção transcendente do próprio Deus na criação e na história. Nela, as três Pessoas Divinas agem ao mesmo tempo, juntas, e manifestam sua originalidade própria. Ela aconteceu pelo poder do Pai que "ressuscitou" (At 2,24) Cristo, seu Filho, e desta forma introduziu de modo perfeito sua humanidade - com seu corpo - na Trindade. Jesus é definitivamente revelado "Filho de Deus com poder por sua Ressurreição dos mortos segundo o Espírito de santidade" (Rm 1,4). São Paulo insiste na manifestação do poder de Deus pela obra do Espírito que vivificou a humanidade morta de Jesus e a chamou ao estado glorioso de Senhor.
C.96.5.9.15 Ressurreição verdade suprema
§638 "Anunciamo-vos a Boa Nova: a promessa, feita a nossos pais, Deus a realizou plenamente para nós, seus filhos, ressuscitando Jesus" (At 13,32-33). A Ressurreição de Jesus é a verdade culminante de nossa fé em Cristo, crida e vivida como verdade central pela primeira comunidade cristã, transmitida como fundamental pela Tradição, estabelecida pelos documentos do Novo Testamento, pregada, juntamente com a Cruz, como parte essencial do Mistério Pascal.
Cristo ressuscitou dos mortos.
Por sua morte venceu a morte,
Aos mortos deu a vida.
§651 "Se Cristo não ressuscitou, vazia é a nossa pregação, vazia é também a vossa fé" (1Cor 15,14). A Ressurreição constitui antes de mais nada a confirmação de tudo o que o próprio Cristo fez e ensinou. Todas as Verdades, mesmo as mais inacessíveis ao espírito humano, encontram sua justificação se, ao ressuscitar, Cristo deu a prova definitiva, que havia prometido, de sua autoridade divina.
§653 A verdade da divindade de Jesus é confirmada por sua Ressurreição. Dissera Ele: "Quando tiverdes elevado o Filho do Homem, então sabereis que EU SOU, (Jo 8,28). A Ressurreição do Crucificado demonstrou que ele era verdadeiramente "EU SOU", o Filho de Deus e Deus mesmo. São Paulo pôde declarar aos judeus: "A promessa feita a nossos pais, Deus a realizou plenamente para nós...; ressuscitou Jesus, como está escrito no Salmo segundo: 'Tu és o meu filho, eu hoje te gerei" (At 13,32-33). A Ressurreição de Cristo está estreitamente ligada ao mistério da Encarnação do Filho de Deus. E o cumprimento segundo o desígnio eterno de Deus.
§991 Crer na ressurreição dos mortos foi, desde os inícios, um elemento essencial da fé cristã. "Fiducia christianorum resurrectio mortuorum; ilíam credentes, sumus - A confiança dos cristãos é a ressurreição dos mortos; crendo nela, somos cristãos":
Como podem alguns dentre vós dizer que não há ressurreição dos mortos? Se não há ressurreição dos mortos, também Cristo não ressuscitou. E, se Cristo não ressuscitou, vazia é a nossa pregação é vazia é também a vossa fé. Mas não! Cristo ressuscitou dos mortos, primícias dos que adormeceram (1Cor 15,12-14-.20).
C.96.5.9.16 Sepulcro vazio
§640 "Por que procurais entre os mortos Aquele que vive? Ele não esta aqui; ressuscitou" (Lc 24,5-6). No quadro dos acontecimentos da Páscoa, c primeiro elemento com que se depara é o sepulcro vazio. Ele não constitui em si uma prova direta. A ausência do corpo de Cristo no túmulo poderia explicar-se de outra forma. Apesar disso, o sepulcro vazio constitui para todos um sinal essencial. Sua descoberta pelos discípulos foi o primeiro passo para o reconhecimento do próprio fato da Ressurreição. Este é o caso das santas mulheres, em primeiro 1ugar, em seguida de Pedro. "O discípulo que Jesus amava" (Jo 20,2) afirma que, ao entrar no túmulo vazio e ao descobrir "os panos de linho no chão" (Jo 20,6), "viu e creu". Isto supõe que ele tenha constatado, pelo estado do sepulcro vazio, que a ausência do corpo de Jesus não poderia ser obra humana e que Jesus não havia simplesmente retomado a Vida terrestre, como tinha sido o caso de Lázaro.
C.96.5.9.17 Significação da ressurreição de Cristo
§272 A fé em Deus Pai Todo-Poderoso pode ser posta à prova pela experiência do mal e do sofrimento. Por vezes, Deus pode parecer ausente e incapaz de impedir o mal. Ora, Deus Pai revelou sua Onipotência da maneira mais misteriosa no rebaixamento voluntário e na Ressurreição de seu Filho, pelos quais venceu o mal. Assim, Cristo crucificado é "poder de Deus e sabedoria de Deus. Pois o que é loucura de Deus é mais sábio do que os homens, e o que é fraqueza de Deus é mais forte do que os homens" (1Cor 1,25). Foi na Ressurreição e na exaltação de Cristo que o Pai "desdobrou o vigor de sua força" e manifestou "que extraordinária grandeza reveste seu poder para nós, os que cremos" (Ef 1,19-22).
§638 "Anunciamo-vos a Boa Nova: a promessa, feita a nossos pais, Deus a realizou plenamente para nós, seus filhos, ressuscitando Jesus" (At 13,32-33). A Ressurreição de Jesus é a verdade culminante de nossa fé em Cristo, crida e vivida como verdade central pela primeira comunidade cristã, transmitida como fundamental pela Tradição, estabelecida pelos documentos do Novo Testamento, pregada, juntamente com a Cruz, como parte essencial do Mistério Pascal.
Cristo ressuscitou dos mortos.
Por sua morte venceu a morte,
Aos mortos deu a vida.
§651 "Se Cristo não ressuscitou, vazia é a nossa pregação, vazia é também a vossa fé" (1Cor 15,14). A Ressurreição constitui antes de mais nada a confirmação de tudo o que o próprio Cristo fez e ensinou. Todas as Verdades, mesmo as mais inacessíveis ao espírito humano, encontram sua justificação se, ao ressuscitar, Cristo deu a prova definitiva, que havia prometido, de sua autoridade divina.
§652 A Ressurreição de Cristo é cumprimento das promessas do Antigo Testamento" e do próprio Jesus durante sua vida terrestre. A expressão "segundo as Escrituras" indica que a Ressurreição de Cristo realiza essas predições.
§653 A verdade da divindade de Jesus é confirmada por sua Ressurreição. Dissera Ele: "Quando tiverdes elevado o Filho do Homem, então sabereis que EU SOU, (Jo 8,28). A Ressurreição do Crucificado demonstrou que ele era verdadeiramente "EU SOU", o Filho de Deus e Deus mesmo. São Paulo pôde declarar aos judeus: "A promessa feita a nossos pais, Deus a realizou plenamente para nós...; ressuscitou Jesus, como está escrito no Salmo segundo: 'Tu és o meu filho, eu hoje te gerei" (At 13,32-33). A Ressurreição de Cristo está estreitamente ligada ao mistério da Encarnação do Filho de Deus. E o cumprimento segundo o desígnio eterno de Deus.
§654 Há um duplo aspecto no Mistério Pascal: por sua morte Jesus nos liberta do pecado, por sua Ressurreição Ele nos abre as portas de uma nova vida. Esta é primeiramente a justificação que nos restitui a graça de Deus, "a fim de que, como Cristo foi ressuscitado dentre os mortos pela glória do Pai, assim também nós vivamos vida nova" (Rm 6,4). Esta consiste na vitória sobre a morte do pecado e na nova participação na graça". Ela realiza a adoção filial, pois os homens se tornam irmãos de Cristo, como o próprio Jesus chama seus discípulos após a Ressurreição: "Ide anunciar a meus irmãos" (Mt 28,10). Irmãos não por natureza mas por dom da graça, visto que esta filiação adotiva proporciona uma participação real na vida do Filho Único, que se revelou plenamente em sua Ressurreição.
§655 Finalmente, a Ressurreição de Cristo - e o próprio Cristo ressuscitado - é princípio e fonte de nossa ressurreição futura: "Cristo ressuscitou dos mortos, primícias dos que adormeceram... assim como todos morrem em Adão, em Cristo todos receberão a vida" (1Cor 15,20-22). Na expectativa desta realização, Cristo ressuscitado vive no coração de seus fiéis. Nele, os cristãos "experimentaram... as forças do mundo que há de vir" (Hb 6,5) e sua vida é atraída por Cristo ao seio da vida divina" "a fim de que não vivam mais para si mesmos, mas para aquele que morreu e ressuscitou por eles" (2Cor 5,15).

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