HOMILIA DE SANTA MARTA
Marta, Marta, Antônia, Antônia,
João, João, José, José, Damião, Damião
...
Nesse bom tempo abençoado por
Deus de minha vida sacerdotal, já perdi as contas de Martas que encontrei e
encontro dentro da Igreja e na sociedade. São pessoas dedicadíssimas nos seus
afazeres cotidianos que chegam a se consumir para dar contas de suas
obrigações. Exemplo - em termos de
Igreja, encontro pessoas que mal pisa em casa porque são tantas as atividades pastorais que dentro do seu lar
passa a ser um estranho conhecido. Outros que em termos de vida social é uma
pessoa tão envolvida com seu profissionalismo que pouco tempo tem para si
(alimentar-se, divertir-se, VIVER). Ao celebrarmos o dia dos santos: Marta,
Maria e Lazáro, podemos nos perguntar se
por acaso a chamada de atenção de Jesus em Relação ao ativismo de Marta, também
não se refere a nós. Isso mesmo, uns exageram de mais e uns exageram de menos.
Uns trabalham demais para adquirirem o pão de cada dia que acabam se esquecendo
de que tem um lar, uma família, amigos ou simplesmente que existem, outros
folgam tanto que esquecem que quem não trabalha, também não comem – diria o
apóstolo. Outros rezam tanto, que não
saem das nuvens e passam a ver os demais irmãos como rales de possível
conversão espiritual. Outros só rezaram
quando foram batizados e porque os pais
e padrinhos os levaram a igreja. No caso
em questão olhando vc e Santa Marta, diria que ela é a mulher eficiente e segura de si mesma. Por
isso, se deixa levar excessivamente pelo que deve fazer, perdendo de vista a motivação do seu trabalho.
No confronto com Jesus, percebe que a eficiência não é o valor mais alto, e que
só é importante na medida em que for equilibrado pelo acolhimento, pela atenção
ao outro e pelo “temor de Deus”, isto é, movido pelo amor. Se assim não for, a
ação pode tornar-se ativismo, que descuida o essencial e se torna fonte de
ansiedade e de fragmentação. E isso me lembra de uma estorinha em que em uma
certa paróquia a doce pobre velhinha era pau para toda a obra, ajudava o vigário
em tudo, mas na ausência do vigário, falava mal de todos os membros da
comunidade e até do vigário... moral da
história, tal velhinha era em tudo perfeita menos no fazer as coisas por amor.
O que ela fazia era encher os olhos dos demais fieis e massagear os próprios
ouvidos com elogios alheios. Não seja vc
gente desse tipo ou ouvirá de Jesus: Marta, Marta...
Em suma lhe digo que depois de
ouvir Jesus, Marta passou a dar sentido ao que fazia, sem deixar de lado a
convivência com os familiares e o valorizar as amizades verdadeiras –tipo a de
Jesus por ela, sua irmã Maria e o seu irmão Lázaro. Que Deus te abençoe e tenha
um bom dia!
Pe. Damião.
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