Cantinho do Crismando
As Obras de Misericórdia
Com muita
freqüência somos convidados a usar ou ter misericórdia para com aqueles que de
alguma forma nos ofenderam. Usar de misericórdia traz uma conotação de perdão,
de reconciliação. No seu significado original, misericórdia
significa trazer no coração a miséria, a limitação humana como caminho de
identificação e de transformação do outro.
Quero que o
outro seja diferente, tenha mais vida e dignidade. Por isso que chamamos Jesus
de misericordioso. Ele foi o único que assumiu a nossa miséria humana e a
transformou em vida de plenitude e de graça, fazendo-nos herdeiros de uma
eternidade feliz. Neste caminho, a igreja nos oferece sete obras que chamamos
de “Misericórdia” que nos ajudam a viver e ser misericordiosos na prática do dia
a dia.
Passo a elencar
as sete obras de misericórdia, sete porque em seu significado bíblico significa
sem limites, sem um número limitado:
“
Ensinar os que não sabem”, que
obra maravilhosa essa, tantos educadores nesta semana recomeçam a missão
de transmitir conhecimentos, mas principalmente ensinar a amar e defender a
vida. Coragem professores, vocês tem em suas mãos a oportunidade de formar
desde os mais pequenos até os universitários, não só a cabeça e sim os
corações.
“Dar
conselhos a quem dele necessita”,
tem um ditado que diz assim: de bons conselhos o inferno está cheio; ou se
conselho fosse bom ninguém daria. Não podemos esquecer que o Conselho é dom do
Espírito Santo. Quanta coisa errada, deixaríamos de fazer se tivéssemos um bom
conselheiro ao nosso lado.
“Corrigir
as injúrias”, essa obra de
misericórdia nos lembra que antes de qualquer atitude condenatória, a nossa
atitude deve ser a de corrigir, alertar, reorientar a vida e as decisões
do outro. A correção fraterna era uma das práticas mais comuns das primeiras
comunidades cristãs. Ainda hoje existem comunidades e movimentos que fazem
desta prática um verdadeiro trampolim em busca de perfeição. Eu já tive a graça
de participar várias vezes desta prática, inclusive em grupo.
“Perdoar
as injúrias”, Como é
difícil ou até impossível recolher um saco de penas jogados do alto da Catedral
em dias de vento forte. Uma injúria caluniosa traz conseqüências irreparáveis,
porém o cristão é chamado a perdoar para poder entrar no Reino.
“Consolar
os tristes”, como é bom sentir
a presença de alguém quando estamos tristes, afinal a tristeza faz parte da
vida. Como já escrevi em outra oportunidade uma amiga que nunca pode faltar é a
alegria. Essa conquista se faz acontecer quando sentimos que não estamos sozinhos,
que uma palavra, um abraço, um afeto de quem amamos, pode ser a saída de
qualquer tristeza da vida.
“Sofrer
com paciência os defeitos do outro”, tem situações que não tem solução. Tem gente por mais próxima que
esteja de nós, que não podemos mudar, mas devemos sofrer com paciência,
suportar, servir de suporte, para que a vida seja menos dura. Ajudar a ser
melhor, oferecer oportunidade de sair e superar os defeitos está na segunda
obra que elencamos. Sofrer com paciência não significa ser omisso.
“Rogar
a Deus pelos vivos e pelos mortos”
é profundamente bíblico, rogar, pedir, orar, pois foi uma prática muito
freqüente na vida de Jesus, Ele não só ensina a orar, com Ele também ora
(Jo 17), pelos outros e pela humanidade. Saber elevar nossa prece, saber rogar
pelos vivos e pelos mortos, nos identifica com a atitude mais profunda de
intimidade de Jesus com o Pai Deus.
Que as
obras de misericórdia nos ajudem a sermos mais perfeitos e assim construirmos
um mundo cada vez mais justo e fraterno.
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