segunda-feira, 29 de julho de 2013

hOMILIA DO DIA DE SANTA MARTA

 

HOMILIA DE SANTA MARTA

Marta, Marta, Antônia, Antônia, João, João, José,  José, Damião, Damião ...

Nesse bom tempo abençoado por Deus de minha vida sacerdotal, já perdi as contas de Martas que encontrei e encontro dentro da Igreja e na sociedade. São pessoas dedicadíssimas nos seus afazeres cotidianos que chegam a se consumir para dar contas de suas obrigações. Exemplo -  em termos de Igreja, encontro pessoas que mal pisa em casa porque são tantas  as atividades pastorais que dentro do seu lar passa a ser um estranho conhecido. Outros que em termos de vida social é uma pessoa tão envolvida com seu profissionalismo que pouco tempo tem para si (alimentar-se, divertir-se, VIVER). Ao celebrarmos o dia dos santos: Marta, Maria e Lazáro, podemos  nos perguntar se por acaso a chamada de atenção de Jesus em Relação ao ativismo de Marta, também não se refere a nós. Isso mesmo, uns exageram de mais e uns exageram de menos. Uns trabalham demais para adquirirem o pão de cada dia que acabam se esquecendo de que tem um lar, uma família, amigos ou simplesmente que existem, outros folgam tanto que esquecem que quem não trabalha, também não comem – diria o apóstolo.  Outros rezam tanto, que não saem das nuvens e passam a ver os demais irmãos como rales de possível conversão espiritual.  Outros só rezaram quando foram batizados e porque  os pais e padrinhos os levaram a igreja.  No caso em questão olhando vc e Santa Marta, diria que ela  é a mulher eficiente e segura de si mesma. Por isso, se deixa levar excessivamente pelo que deve fazer,  perdendo de vista a motivação do seu trabalho. No confronto com Jesus, percebe que a eficiência não é o valor mais alto, e que só é importante na medida em que for equilibrado pelo acolhimento, pela atenção ao outro e pelo “temor de Deus”, isto é, movido pelo amor. Se assim não for, a ação pode tornar-se ativismo, que descuida o essencial e se torna fonte de ansiedade e de fragmentação. E isso me lembra de uma estorinha em que em uma certa paróquia a doce pobre velhinha era pau para toda a obra, ajudava o vigário em tudo, mas na ausência do vigário, falava mal de todos os membros da comunidade  e até do vigário... moral da história, tal velhinha era em tudo perfeita menos no fazer as coisas por amor. O que ela fazia era encher os olhos dos demais fieis e massagear os próprios ouvidos com elogios alheios.  Não seja vc gente desse tipo ou ouvirá de Jesus: Marta, Marta...

Em suma lhe digo que depois de ouvir Jesus, Marta passou a dar sentido ao que fazia, sem deixar de lado a convivência com os familiares e o valorizar as amizades verdadeiras –tipo a de Jesus por ela, sua irmã Maria e o seu irmão Lázaro. Que Deus te abençoe e tenha um bom dia!

Pe. Damião.